Tratamento do Alcoolismo

A notícia do Jornal de Notícias que aqui transcrevi em parte, referente às alterações que estão a ser programadas, não é um assunto novo. Pelo contrário…

Já no I Congresso de Comunidades Terapêuticas e Centros de Dia, organização pelo Instituto da Droga e da Toxicodependência (IDT), em Dezembro de 2005 na Curia e no âmbito da avaliação do I Plano Nacional de Luta contra a Toxicodependência, e no qual tive a oportunidade de participar, este assunto tinha sido discutido.

Enquanto não existirem mais novidades, ou pelo menos novidades mais concretas referente a estas alterações, a minha opinião mantêm-se.

Os pressupostos inerentes são correctos e positivos. Já Paulo Moreira, em 2002 (“Para uma Prevenção que Previna” da Quarteto) falava no síndrome do romantismo, onde revelava o conteúdo de uma conversa com um presidente de uma Câmara Municipal (cujo concelho tinha uma das maiores prevalências de alcoolismo a nível nacional), onde o mesmo dizia que não era necessária prevenção, porque a toxicodependência era um problema não existente no mesmo.

Importa assim, ultrapassar o tabu do alcoolismo versus toxicodependência, assumindo de uma vez por todas, e em todos os parâmetros de intervenção, que o alcoolismo é uma toxicodependênci. Aliás a maior toxicodependência dos portugueses.

Contudo seria importante definir concretamente com que alcoólicos vão ser feitas as intervenções no âmbito do IDT, porque importa ao nível da intervenção distinguir dois tipos de dependentes de álcool.

Importa destinguir as intervenções feitas com alcoólicos, com carreiras longas de alcoolismo (onde prevalece os factores motivacionais inerentes ao consumo de álcool em Portugal), cuja intervenção deveria depender do Ministério da Saúde, dos outros alcoólicos (os dependentes de álcool, cuja dependência teve (ou pode ter tido) como base diferentes factores bio-psico-sócio-culturais) cuja intervenção deveria depender do IDT.

Dito por outras palavras, deveriamos separar as intervenções remediadoras (as primeiras) das preventivas/interventivas (as segundas).

Estou certo que será uma avaliação, muitas vezes, complexa, mas receio (se tal não for feito), o aumento em flecha do número de alcoólicos com mais de 50 anos de idade a realizarem tratamentos nos centro de tratamento privados que contem com apoios do estado…

 

 

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