Para ser completamente sincero, não segui com muita atenção a noite eleitoral das eleições intercalares de Lisboa. Mesmo assim, e com o que fui recolhendo, ficam algumas das minhas impressões sobre o que aconteceu:
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O Partido Socialista foi “recolher” eleitores para festejar a sua grande vitória (segundo José Sócrates). Nada de anormal, não fossem os mesmos de Beja, Famalicão, entre outros… Como vemos, ou Lisboa é mesmo Portugal, ou alguém andava enganado em relação a estas intercalares.
Ou então não estavam à espera de muitos eleitores com vontade de festejar. -
Começa a ser hábito. Depois de Sócrates ter cortado o discurso de Alegre na noite das presidenciais, foi a vez de António Costa fazer o mesmo a Helena Roseta. Curiosamente, o PS a tapar as imagens dos independentes… Nada de anormal, portanto…
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As eleições que eram apenas de Lisboa, tornaram-se (para o PS) eleições nacionais.
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Goste-s, ou não se goste (e eu não gosto) Marques Mendes é dos poucos com eles no sítio. Tudo bem… o espaço também não é muito e isso ajuda…
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Carmona é tudo menos um técnico… temos político (segundo a definição popular do conceito).
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Helena Roseta e as vitórias dos independentes… Independentes? Estamos a falar de quem afinal?
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Será que o PP vai voltar a ser CDS?
MAV
Continua o incompreensível direito de voto exclusivo em Lisboa dos residentes em Lisboa.Sendo que residir em Lisboa é cada vez mais raro, como se sabe, relativamente ao número de pessoas que aí vivem todo o dia, porque aí trabalham, estudam, ou porque passam aí quase todo o seu tempo.Todos aqueles que penam no IC19 ou na autoestrada Cascais-Lisboa ou na Ponte 25 de Abril, Vasco da Gama e afins passam o seu dia em Lisboa.Muitas vezes mal conhecem o sítio onde vivem, desde os vizinhos a quem é o presidente da Câmara, para não falar no — nunca soube quem é, nem de que partido é — presidente da ‘junta’.No entanto, não votam em Lisboa.A mesma Lisboa onde fazem tudo, onde gastam e ganham dinheiro, que conhecem melhor que o concelho onde vão dormir.O que leva L. a pensar se os resultados eleitorais em Lisboa não serão injustos, errados e inúteis.Pelo menos enquanto os universitários e restantes estudantes, e todos os que ‘dormem’ fora de Lisboa, que trabalham em Lisboa, aqueles cujo BI não diz Lisboa em ‘residência’, não votarem em Lisboa.Porque vendo bem, são eles que vivem — e que são — a Capital.
Lorenzetti, porque não muda para Lisboa?Faz-me confusão porque é que as pessoas optam por viver fora da cidade. As rendas são mais baratas? Mas há dinheiro que pague o desespero das fila de trânsito e ter de acordar os filhos ainda de noite? Faz-me mais confusão essa opção dos cidadãos desertificarem a cidade do que apenas permitir aos lisboetas o direito de aí votar.Espero ter sido clara no meu raciocínio, não quero ofender ninguém. Tanto mais que eu sou lisboeta de fim-de-semana por trabalhar em Braga 🙂
Tudo tem uma solução simples… O actual sistema eleitoral português permite que um cidadão esteja recenseado na freguesia em que habita, ou na freguesia em que desempenha a sua actividade profissional (mesmo como estudante)…