Esta música (do álbum "tempo" de Pedro Abrunhosa) tem, na minha opinião, uma das letras mais brilhantes de todas as músicas lançadas nos CD’s do autor. Embora não seja esse o motivo que me faz tecer estas considerações, a música tem uma diferença de todas as outras: não é cantada por Pedro Abrunhosa, mas por Carlos do Carmo (uma das melhores vozes nacionais).
Faz-me recordar aqueles grandes momentos, passados 11/12 anos. A Nazaré, o "Pé Leve", partilhado com pessoas que, infelizmente, há muito não vejo: O Carlos e o Joca (andarão eles por aqui?).
Fica a letra, o som e a saudade…
Manha, que em ti encerra
Este mar que nao se altera,
este vento na galera
que teima em ti pousar.
Madrugada, de repente
Sou passaro sou gente,
Tao distante e nunca ausente
E teimo em ti pousar.
Mulher, minha alvorada
Tu és o vento que tarda,
Por ti pouso o cansaco
Na verdade de um poema
Na mentira de um abraco,
Teu leito é o meu regaco
Eu quero assim ficar.
Barco que torna ao porto
No teu corpo eu me aporto,
Ai fico e me recordo
E teimo em ti pousar.
Neblina, despertada
Tao leve quanto a espada,
Que se bate por tudo e nada
E teima em ti pousar.
Mulher, minha alvorada
Tu és o vento que tarda,
Por ti pouso o cansaco
Na verdade de um poema
Na mentira de um abraco,
Meu leito é o teu regaco
Eu quero assim ficar.
Na verdade de um poema
Na mentira de um abraco,
Meu leito é o teu regaco
Eu quero assim ficar.