cartas ao pai natal (ii) – manuel alegre

Pai natal quando voares nos céus da minha Pátria

Quando aterrares as renas nas planícies do meu País

Lembra-te desta carta, pedido singelo

De um homem que só para a Pátria pede

Para si… Nada quis.

Se o nevoeiro que levou D. Sebastião

Te fizer perder o rumo e baralhar o norte

Segue o cheiro a verde pinho

Ouve a minha trova no vento que passa

E chegarás às chaminés do meu país

Pátria desafortunada. Sem euros. Má sorte.

Numa das chaminés de Lisboa

Sentirás o odor e verás o fumo negro da traição

Que o teu trenó sobre ela paire.

 

Assinado: Manuel Alegre 

recebido por email

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