A Influência da Perspectiva Psicodinâmica no Trabalho/Serviço Social

Uma das discussões actualmente em voga no âmbito da profissão, relaciona-se com a questão das competências profissionais no âmbito de uma prática interventiva mais directa com os clientes, a nível terapêutico, e a necessidade de adaptação dos currículos académicos à realidade científica internacional da profissão.

Muitas são as influências que a teoria psicodinâmica exerce sobre o trabalho/serviço social, sendo assim necessário compreender esta teoria. Com a evolução das mesma, esta teoria preocupa-se cada vez mais com a forma como os adultos interagem com o ambiente.

Estas preocupações foram resumidas por Brearley [1991, ref. por Payne, 2005, p. 78], em:

  • A relação entre nós próprios e os outros;
  • A relação entre a experiência passada e presente;
  • A relação entre a realidade exterior e interior da pessoa.

Esta teoria influenciou o serviço/trabalho social especialmente no período correspondido entre os anos 20/30 e os anos 60. Nesta altura, esta teoria exerceu uma poderosa influência sobre o trabalho social. Algumas correntes do serviço/trabalho social criadas na altura, ainda se mantêm hoje em dia.

A grande influência que esta teoria exerceu sobre o trabalho/serviço não foi directa, muito pelo contrário… Quais são então essas influências? (Payne, 2005)

  1. Freud tem influência na cultura ocidental. Muitas das suas ideias são moeda corrente e aparecem no serviço/trabalho social por causa disso mesmo, mais do que porque a sua teoria tenha sido aplicada directamente à profissão.

  2. Existem aspectos diferentes do seu trabalho que foram desenvolvidos em momentos diferentes. As ideias chegaram à profissão com intervalos. A psicologia do ego, que é agora importante, chegou mais tarde do que as ideias psicodinâmicas básicas.

  3. Freud inspirou tanto seguidores como dissidentes, por isso existem teorias afins que partilham ideias com Freud, embora, por vezes, discordem da sua abordagem.

  4. As ideias psicodinâmicas foram a primeira teoria explicativa forte na profissão, e por isso criaram o ambiente no qual as teorias posteriores se naturalizaram. Elas influenciam assim um conjunto de ideias teoricamente distintas na prática.

  5. A sua terapia influenciou o estilo de relação permissiva, aberta e de escuta (Wallen, 1982) existente na profissão, em lugar de um estilo directivo e controlador. Encorajou também a busca de explicação e compreensão da personalidade em lugar da acção.

  6. A teoria psicodinâmica influenciou a ênfase posta pelo profissional nos sentimentos e nos factores inconscientes em particular (Yelloly, 1980), mais do que em acontecimentos e pensamentos. Muitas ideias com a de inconsciente, a visão interior, a agressão, o conflito, a ansiedade, as relações maternais e a transferência advêm da teoria psicodinâmica.

  7. Estes são termos frequentemente utilizados como uma linguagem comum no serviço/trabalho social e na vida de todos os dias. A teoria psicodinâmica ganha em importância através da sua contínua disponibilidade para com os profissionais.

  8. A sofisticação e complexidade teórica das suas ideias tornam-na atractiva e interessante de explorar, quando comparada com teorias mais novas e menos desenvolvidas (Fraiberg, 1978; Lowenstein, 1985).

  9. A ênfase dada à doença mental e às alterações de conduta como objectivo de grande parte da profissão vem da importância da ligação, nos anos vinte e trinta, dos profissionais de serviço/trabalho social com a psiquiatria e com o tratamento psicodinâmico.

  10. A visão interior como uma parte importante da compreensão e tratamento do trabalho social vem originalmente da teoria psicodinâmica.

6 thoughts on “A Influência da Perspectiva Psicodinâmica no Trabalho/Serviço Social

  1. Querem à força toda meter-se onde não devem! Você e os seus pares inventam à pressão relações entre teorias e práticas distintas…tentando ir ao encontro de uma justificação para legitimar o que escreve..e sobretudo o que tentam fazer na prática, indo ao encontro daquilo que vocês, que escrevem estas coisas, gostariam todos de ser! Psis!

  2. Meu caro Manuel, Obviamente que isto tudo é uma conjuntura e uma forma de perseguição criada com o objectivo de me dar razão. Obviamente que todos os que publicam livros sobre o trabalho social, só o fazem para que EU possa discutir este assunto CONSIGO e para ter provas para lhe apresentar de que o que digo é a verdade.Obviamente que, como diz, tudo isto é feito apenas para legitimar o que eu escrevo. De que outra forma poderíamos justificar textos científicos escritos 70 anos antes de eu nascer… Qualquer dia ainda vinha alguém dizer que era por achar que era verdade ou porque fizeram estudos científicos e dedicaram carreiras académicas a estas temáticas.Obviamente que é tudo porque gostaríamos de ser psicólogos, claro que sim. Adoramos por rótulos nas pessoas… Obviamente que não percebo nada disto. É que se percebesse, e por este seu comentário, ainda diria que você era esquizofrénico tal é a mania da perseguição que apresenta neste texto.Mas obrigado por me ter em tão boa conta…

  3. Caro MAVNão é a minha suposta paranóia que está em causa, mas tentar encontrar pontos de contacto, à força, para se imiscuir nesta área!Não foi você que inventou, concerteza! Antes fosse, mas…essa ” coisa” da relação terapêutica e serviço social, não combinam! Relação, sim, terapêutica…deixem para quem sabe o que fazer com isso!Não tentem copiar! Inovem!PS: Como deve saber, um psicólogo não tem uma máquina de rótulos, para por carimbos!Enganou-se…era mais ao lado…na psiquiatria!

  4. Não será bem assim, caro Manuel… não será bem assim…Não lhe posso dizer mais do que já anteriormente lhe disse…

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