Esta situação política portuguesa, resultante das últimas eleições legislativas, não deixa de ser curioso.
O Partido Socialista quer governar como se tivesse maioria absoluta. Não tem, e não o sabe fazer sem ela. A arrogância de Sócrates não o permite.
Os partidos da oposição, depois de quatro anos e meio, onde eram apenas elementos decorativos da vida política nacional, aproveitam a legitimidade eleitoral para avançar com tudo o que o governo não quer ou não gosta.
Ouvem-se queixas do Partido Socialista, do Social Democrata… enfim, de todos, sobre os restantes. E tudo por um motivo.
Na realidade, nenhum partido (especialmente os dois maiores) querem continuar e manter o actual cenário da Assembleia da República. Contudo nenhum se atreve a fazê-lo, e por um motivo muito simples. Quem o fizesse veria, muito provavelmente, a sua votação reduzida nas próximas eleições, por ter provocado (ou ser acusado disso) a total instabilidade num época de crise económica generalizada.
E o mesmo acontece com os restantes… e exactamente pelos mesmos motivos.