Por uma questão de congruência e honestidade intelectual, e caso o não saia vencedor, os defensores do não deveriam sugerir a alteração da actual lei…
Terão coragem para isso?
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Por uma questão de congruência e honestidade intelectual, e caso o não saia vencedor, os defensores do não deveriam sugerir a alteração da actual lei…
Terão coragem para isso?
Um dos aspectos que me preocupa em todo o debate que está a existir face ao referendo sobre o aborto (ou à interrupção voluntária da gravidez, para não ferir qualquer susceptibilidade), é o facto de que, praticamente todos os argumentos dos defensores do não, também podem ser aplicados à actual lei, o que pode pressupor que os mesmos também não concordam com a situação actual, defendendo que nenhum tipo de interrupção voluntária deveria ser permitida…
… E JÁ AGORA… COMPRE UM TERÇO
Podíamos discutir as estratégias que os diferentes movimentos utilizam de forma a promover o SIM ou o NÃO no referendo do próximo dia 11 de Fevereiro, mas não o vou fazer, pelo menos agora.
Podiamos discutir se a Igreja deve ou não participar na campanhã para o mesmo referendo, mas não o vou fazer, pelo menos agora.
Mesmo assim, não consigo deixar de falar nisto…
Ontem, ao chegar a casa e após verificar o correio (o outro… não o electrónico) dei de caras com um folheto de promoção dos 90 anos das aparições de Nossa Senhora em Fátima, perdão, com um folheto eleitoral de defesa do voto no não, perdão com um folheto que visava vender um terço e um livro.
Bem, a verdade é que ainda não sei bem o que era aquilo, mas de forma a que possam avaliar aqui ficam algumas citações do mesmo
Na capa diz:
“DESCUBRA o que pode acontecer em Portugal no ano em que se comemoram os 90 das aparições de Nossa Senhora em Fátima”
Na segunda página:
“No ano em que […] nossa senhora chora”
“[o não] é a resposta que a santíssima virgem espera de si”
Na página seguinte refere:
“grande súplica nacional para dar a vitória a Nossa Senhora […] no dia 11 de Fevereiro”
“Não decepcionemos a nossa Mãe do Céu”
Para finalmente:
“Não envie dinheiro agora. Aguarde instruções sobre a doação”
Quem foi que souberam isso? Será que foi através de Jesus Cristo nas suas habituais conversas com Alexandra Solnado?
Isto é simplesmente rídiculo. o aproveitamento duma discussão que se pretende ilucidativa para a promoção da venda (desculpem, aquisição através de doação) de terços e livros, ao mesmo tempo que se defende o não, porque é isso que Nossa Senhora pretende…
«Os homens que tenham tido relações sexuais com outros homens são excluídos como dadores de sangue no Hospital de Santo António, no Porto. “Não temos qualquer intenção de segregar pessoas pela sua orientação sexual, mas porque essas são as normas nacionais e internacionais que temos que cumprir”, disse Solari Allegro, presidente do Conselho de Administração do Hospital de Santo António, no Porto, onde ocorreu uma situação de exclusão de quatro homossexuais, em Setembro do ano passado, que queriam dar sangue.»
Retirado de: Jornal de Notícias, 09.01.07
«Um estudo desenvolvido na Universidade do Minho, coordenado pelo professor José Ferreira Alves, do departamento de Psicologia, junto de 104 pessoas, com 65 anos e mais, em três centros de dia de Braga, que vivem de forma relativamente independente no concelho, revela que três em cada quatro confessaram-se vítimas de maus-tratos, negligência, abuso emocional e exploração financeira, isto é, 73,1% das pessoas inquiridas.»
Retirado de: Jornal de Notícias, 09.01.07
Depois de no primeiro dia no cargo ter referido que “a questão da pena de morte é para ser decidido por cada país membro” Ki-moon (o novo secretário-geral da Organização das Nações Unidas) voltou atrás na opinião referindo que:
«“a comunidade internacional deve respeitar, em todos os aspectos, o direito humanitário internacional e os direitos do Homem”»
Retirado de: Público.pt, 06.01.06 – Ver Aqui
Fico, pessoalmente e profissionalmente, satisfeito com esta afirmação que tenta, pelo menos, voltar a colocar a ONU, do local onde nunca deveria ter saído (nem por um pequeno segundo), ou seja, no comando da defesa dos direitos humanos junto da totalidade da comunidade internacional.
Pude ler no Bloguitica [post 40] que Augusto Santos Silva entrevistado por Helena Pereira e Jerónimo Pimentel [SOL, 6.1.2007: 8] referiu que:
«Não vivemos nem pior nem melhor.
Esta afirmação é algo em que não acredito, e por dois motivos:
Em primeiro lugar, porque NÓS (portugueses) em geral não estamos melhor, pelo contrário. Bastará para tal ler o que aqui escrevi.
Em segundo lugar, porque tenho as minhas sérias dúvidas que ELES (o NÓS do ministro dos assuntos parlamentares – governo e demais boys) não estejam muito melhor.