as mulheres e a política

O "original" título que dei a este post (aqui me penitencio pelo mesmo) é igual ao que dei a um estudo que fiz (no âmbito duma disciplina do segundo ano da licenciatura em trabalho social) sobre a implementação das quotas no (já) longínquo ano de 2001, altura em se discutia (ainda hoje se discute) a implementação da proposta que o Partido Socialista apresentou em 5 de Março de 1998, para estabelecer a obrigatoriedade da inclusão de 25% de mulheres nas listas para as diferentes eleições.

Faço esta introdução porque, face às discussões que novamente se levantam em relação a este assunto, quero aqui deixar parte das conclusões desse mesmo estudo, realizado junto da população da freguesia de Miranda do Douro, nesse ano de 2001.

 

«Através dos dados atrás descritos podemos observar que 51,1% dos inquiridos do sexo masculino são a favor enquanto 34% são contra [as quotas], enquanto que em relação às inquiridos do sexo feminino, 36% são a favor e 40% são contra, ou seja, as homens que expressaram a opinião são na maioria a favor enquanto que as mulheres são maioritariamente contra.

Embora este facto pareça, no mínimo curioso, (podendo ficarmos a pensar que as mulheres não querem ter participação política) as respostas à questão porquê vai nos certamente esclarecer.

Nessa questão verificamos que (à excepção de uma das respostas) as respostas dadas não são de pessoas que têm uma visão negativa/inferior da mulher. Muito pelo contrário, se dizem não é porque consideram que as “quotas” apenas vinha fazer com que muitas mulheres fossem eleitas com a sensação de que foram favorecidas por ser mulheres e não é isso que elas pretendem.

De uma forma geral podemos concluir que as pessoas que concordam é porque acham que deve-se fazer qualquer coisa para aumentar a participação das mulheres na vida política nacional, enquanto que a esmagadora maioria das que votam contra é porque consideram que, embora fazendo falta mais mulheres em órgãos políticos, o caminho a seguir deve ser o mesmo que os do homem e não através de “favores”.»

 

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