como? eu juro que estava a brincar…

Ao final da tarde, e como bom Português que gosto e quero ser, brincava um pouco com a situação resultante da demissão de Paulo Portas. Nessa “brincadeira”, escrevi no facebook que:

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Mal sabia eu que esta brincadeira esta brincadeira se ia transformar em realidade.

É que, e ao que parece, Paulo Portas demite-se, mas os ministros do CDS mantêm-se no governo, mantendo-se assim uma coligação, ferida de morte com a saída do mesmo do líder do… CDS.

Como já aqui disse, isto não tem lógica nenhuma. É impossível ter um partido como membro duma coligação e, ao mesmo tempo, ter o seu líder a fazer oposição ao mesmo. E se Portas já o acabava por fazer enquanto membro do governo, o que fará agora…

portas abertas…

NOTA PRÉVIA: Concorde-se ou não com Cavaco Silva, goste-se ou não de Cavaco Silva, ele é o actual Presidente da República e será apenas a ele que caberá a decisão sobre o próximo “passo” da democracia portuguesa.

Com a demissão de Paulo Portas do governo de Portugal, e nos especialmente nos moldes que a mesma aconteceu, não será de esperar menos de Passos Coelho do que a apresentação da demissão deste governo ao Presidente da República. Para além desse facto, e face a toda a situação política criada, duas das possíveis saídas para esta situação têm que ficar, desde já, arredadas

  • Apresentação de uma Moção de Confiança pelo Governo

Embora fosse interessante ver o que sucederia numa cenário como este, é uma impossibilidade. A coligação, depois de ir sendo alvo de algumas “facadas”, está agora ferida de morte. Tudo o que englobasse a manutenção de um governo (este ou outro) assente nesta coligação maioritária é uma impossibilidade.

  • Governo Minoritário do PSD

Temdo também em conta a situação política e social que o país actual enfrenta, um governo minoritário por parte do PSD, liderado ou não por Passos Coelho, seria mais um tiro num corpo já inanimado. Seria, de todas as formas, impossível, no actual cenário nacional, um governo minoritário do PSD. Seria impraticável manter um governo nestes moldes. Portugal não deve, nem pode, ter um governo assim.

Desta situação, resulta claramente uma inevitabilidade: Passos Coelho tem, hoje, que apresentar a sua demissão, não apenas no governo de Portugal, mas também do próprio PSD.

A questão que se coloca agora é: Qual a solução? Qual o caminho a seguir? a hipótese mais clara será a da marcação de eleições antecipadas. Mas daqui resulta um outro problema…

  • Qual a estabilidade, tão necessária, que resultaria da marcação de eleições antecipadas?

A resposta a esta questão parece-me simples… NENHUMA.

Nenhum estudo de opinião, nenhuma sondagem aponta para uma maioria do PS num cenário de eleições. A única possibilidade seria um novo governo de coligação (um cenário de um governo minoritário do PS iria certamente, e a curto prazo, conduzir ao mesmo caminho a que o actual agora chegou).

E alguém consegue imaginar a estabilidade (neste caso a falta dela) que existiria num governo PS/CDS? E num governo PS/PCP (com ou sem BE)? Estabilidade essa ainda mais fundamental neste momento. E nada nestes cenários estaria garantido. Pelo contrário…

A solução, a menos má, só pode ser uma:

  • Governo de Iniciativa Presidencial

Um governo sustentado em individualidades credíveis, com provas dadas e representativas da distribuição de forças existentes na Assembleia da República. Um governo que garanta o máximo de apoio social e que imediatamente inicie aquilo que Portas teve receio de assumir: Uma Reforma do Estado.

NOTA COMPLEMENTAR: Num cenário de eleições antecipadas, a única possibilidade que vejo, e muito remotamente, seria um governo do bloco central, liderado por Seguro (que certamente venceria essas eleições sem maioria).

a demissão de gaspar

Poderá ser muito criticado. Pode até ter tomado medidas e assumido responsabilidades de actos menos correctos, menos positivos. A verdade é que nunca se escondeu, deu sempre a cara por aquilo que defendia, e defendeu aquilo em que acreditava.

Sai, bastante tempo depois do momento em que ele próprio achou que deveria sair. Mas entretanto ficou, não para salvaguarda própria ou para seu próprio benefício. Aliás, pela sua formação e funções que sempre assumiu, pelos cargos que sempre desempenhou, é certamente uma pessoa que não precisava destas funções. Disse um dia que o fez, por forma a compensar o país pelos gastos que o mesmo teve na sua formação.

Como já disse, muito foi criticado e, ele próprio, ao sair (coisa pouco habitual em políticos, mas também é algo que ele não é) assume alguns dos erros que pode ter cometido.

Espero enganar-me bastante. Sinceramente espero, mas receio que a médio e longo prazo, vamos ver que esta demissão, que tanto anda por aí a ser festejada, de positivo teve muito pouco. Se é que teve esse muito pouco.

os comboios e a euro-região norte de Portugal / Galiza

Hoje é uma dia bastante importante para a Euro-Região Norte de Portugal / Galiza. Finalmente, foi inaugurada uma ligação directa, de comboio, entre a cidade do Porto e cidade de Vigo, que é cada vez mais essencial para o desenvolvimento social e económico destas duas regiões fronteiriças, que desde há muito têm caminhado conjuntamente em diversas área e projectos, muitas vezes com o apoio da União Europeia.

Relativamente a esta ligação, contudo, para além da sua promoção interna e externa (evidenciando a importância que a mesma pode ter, por exemplo, para a utilização dos aeroportos existentes), importa também pensar de forma clara meios de a colocar, directamente, ao serviço das pessoas que por esta região habitam.

Falando concretamente do caso Português, não terá lógica que moradores em Braga e Viana do Castelo, tenham que se deslocar ao Porto para usufruir deste serviço. Entendendo que o número de paragens não poderá ser, obviamente, idêntico às dos comboios nacionais, a ideia hoje transmitida pelo Presidente da Câmara Municipal de Viana do Castelo, sobre uma possível paragem nessa cidade, será certamente importante para a população do distrito homónimo e, consequentemente, para o tal desenvolvimento económico e social. Pondendo até, para tal, serem aproveitadas as necessárias paragens “logísticas”.

NOTA COMPLEMENTAR: Não entendi a necessidade de estarem agentes da PSP e soldados da GNR nas estações onde o mesmo realizava paragens…